Collocations em inglês são essenciais para o domínio da linguagem e, num primeiro momento, não conseguimos pensar em um correspondente na língua portuguesa para que possamos “traduzir” o entendimento, por isso muitas dúvidas a cerca do assunto costumam surgir.
Esse é o primeiro erro do aprendiz, pensar que não utilizamos “collocations” em português pelo simples fato de nunca termos pensado no que são elas e no quanto elas fazem parte do nosso dia a dia.
O fato delas passarem despercebidas são a prova de que cumprem a sua função que é tornar o idioma facilmente compreensível, falado de uma maneira natural por nós.
O que são Collocations?
As “collocations”, para a língua inglesa, nada mais são do que combinações de palavras que são usadas para tornar a língua harmônica, concordante, e tornar coesa a forma como acontece a comunicação.
Diversos estudos apontam que nosso aprendizado linguístico não acontece a partir de palavras isoladas, e sim de blocos de palavras que aprendemos em conjunto e aplicamos nas mais diversas situações para facilitar nossa comunicação a partir da interpretação de textos e contextos. Vemos ser aplicadas as palavras que servem como base para nosso aprendizado linguístico.
Nunca paramos para pensar, mas, o significado de muitas palavras nós construímos por associação, seja a outras palavras, seja ao contexto onde as ouvimos pela primeira vez.
E é exatamente essa a origem das “collocations”: são combinações de palavras que têm significados próprios ou que de acordo com as combinações junto à outras palavras mudam de significados. São palavras que ‘’ combinam” entre si e com isso ajudam a construir os significados que levam à uma boa comunicação.
Erros mais comuns
O maior de todos os erros é confundir as “collocations” com as “phrasal verbs” uma vez que são termos completamente distintos. Eles não devem ser confundidos porque a composição de uma “phrasal verbs” normalmente se dá a partir de um verbo seguido de outra palavras, enquanto que as “collocations” podem ser combinadas por diversas classes de palavras.
Da mesma forma, existem em inglês estruturas que nós chamamos de “fixed sentence” (em uma tradução livre: expressão fixa) e “semi-fixed sentence” (que em uma tradução livre pode significar: expressão semi-fixa).
Quando você pensa em uma expressão como: “Guess what?” que para nós poderia ser traduzida como: “Adivinha?”, não estaremos diante de uma “collocation”, e sim de um uso que se tornou comum por ser ‘’semi-fixo”, as pessoas precisariam fazer poucas alterações na estrutura para se comunicar utilizando essa estrutura como por exemplo:
– Guess what happened to him? (Adivinha o que aconteceu com ele?)
– Can you guess what happened before? (Você consegue adivinhar o que aconteceu antes?)
– Guess what she told him? (Adivinha o que ela disse pra ele?)
Veja também: Listas de verbos em inglês
Já no caso das “sentenças fixas”, temos algumas expressões em inglês que têm significado próprio, e que, se você mudar a posição em que elas se organizam ou qualquer das partes que a compõem, ela perde ou muda o significado, como acontece com:
– By the way. (A propósito.)
– As a matter of fact (Na verdade)
– As long as (Contanto que)
Logo, não é nos phrasal verbs ou nas fixed e semi-fixed sentences que residem as collocations, que tem uso próprio e de certa forma mais livre.
Exemplos de collocations
Para que as “collocations” possam ser, de fato, compreendidas é preciso que você imagine-as de forma natural, exatamente como elas acontecem no português. Pense em uma palavra e em todas as outras que poderiam combinar com ela de forma natural.
É mais fácil do que parece, já que as combinações linguísticas são como nós costumamos guardar as palavras na maior parte do tempo. Por exemplo, levemos em consideração a palavra: IDEIA.
Que combinações poderiam surgir naturalmente com essa palavra?
Ter uma ideia
Dividir uma ideia
Falar sobre uma ideia
Boa ideia
Má ideia
Ideia infantil
Ideia ultrapassada
Dentre várias outras… Isso, são várias “collocations” que fizemos (em português) a partir de uma palavra isolada que atrai diversas outras para si. No inglês acontece a mesma coisa, essas mesmas “collocations” que fizemos em português poderiam ser usadas como exemplo no inglês. Observe:
-Have an idea (Ter uma ideia)
-Share an ideia (Dividir uma ideia)
-Talk about an idea (Falar sobre uma ideia)
-Good idea (Boa ideia)
-Terrible idea (Má ideia)
-Childish idea (Ideia infantil)
-Overpass ideia (Ideia ultrapassada)
A maioria dessas estruturas foram montadas de acordo com a tradução literal do que foi criado em português para a forma como seria dito em inglês, mas nem sempre isso funciona. A parte mais interessante de se estudar as “collocations” é que elas são um verdadeiro intercâmbio cultural.
E você aprende muito mais sobre elas numa imersão nativa: seja viajando para um país que utilize o inglês como língua materna, seja observando suas produções culturais e literárias do que propriamente nos livros. Porque tratam-se de combinações naturais de palavras que juntas têm significados próprios.
Por exemplo, a palavra mais conhecida em inglês caso eu queira dizer “forte” é “strong”. Dessa forma, se eu quero dizer: “braços fortes” eu direi em inglês “strong arms”. Para dizer “homem forte” eu direi “strong man”.
Porém, se a minha intenção é dizer: “chuva forte” a palavra que eu vou usar em inglês nesse caso será: “heavy rain” e não “strong” pelo simples fato de não ser uma “collocation” que se encaixará harmonicamente com rain. Já se quiser dizer: “vento forte” poderei utilizar: “strong wind”.
Um outro exemplo, ainda, que pode ilustrar bem a importância de se perceber como as “collocations” são utilizadas pelos falantes nativos está na intenção de dizer: “abraçar forte” em inglês que virá na forma de: “hold tight”.
Vejamos como as expressões vistas acima poderiam ser utilizadas em frases:
– There was a strong wind when I tried to surf this morning. (Havia um vento forte quando tentei surfar hoje de manhã.)
– Her new boyfriend has big strong arms, so, I think I could say he’s a strong man. (O novo namorado dela tem braços grandes e fortes, então, acho que posso dizer que ele é um homem forte.)
– There were floods all over Recife because of this morning’s heavy rain. (Havia inundações por todo o Recife por causa da chuva forte dessa manhã.)
– After two weeks away from home, all he wanted to do when he arrived was hold tight his daughter. (Depois de duas semanas longe de cada, tudo que ele queria fazer quando chegou era abraçar forte sua filha.)
Veja também: Verbos irregulares em inglês: lista de frases e o que são
Tipos de collocations
Existem diversos tipos de “collocations” em inglês, sendo algumas bastante comuns, como as que você pode perceber sendo formadas por:
VERBO + ADVÉRBIO
Um dos exemplos de como isso pode acontecer é em: “To come quickly” (Vir rapidamente, numa tradução livre) que você pode ver sendo utilizada nos seguintes exemplos:
– She came quickly after I called her. (la veio rapidamente depois de eu ligar para ela.)
– I need you to come quickly. (Eu preciso que você venha rapidamente.)
ADVÉRBIO + VERBO
Você pode notar esse tipo de “collocation” como em: “Hardly listen” (Dificilmente ouve, em uma tradução livre) e vê-la sendo aplicada em exemplos como:
– When he thinks he’s right he’ll hardly listen anything you’ve got to say. (Quando ele acha que está certo dificilmente ouvirá qualquer coisa que você tenha a dizer.)
– People who’s chosen a fascist as a president will hardly listen opposite opinions. (Pessoas que escolheram um fascista como presidente dificilmente ouvirão opiniões contrárias.)
ADJETIVO + SUBSTANTIVO
Diversos exemplos podem ser pensados aqui, como: “Good book”/”Bad book” (livro bom/livro ruim) aplicados em frases como:
– I could read anything J.K. Rowling has written, because I know that’ll be a good book. (Eu poderia ler qualquer coisa que J.K. Rowling tenha escrito, por que eu sei que será um bom livro.)
– I don’t think Lord of the rings is a bad book, I just didn’t like it. (Eu não acho que “Senhor dos Anéis” seja um livro ruim, eu apenas não gostei.)
E diversos outros, como: “fast airplane” (aeronave rápida), “brand new car” (carro zero quilômetro), “rotten tomatoes” (tomates podres) e mais quaisquer outras combinações naturais que sua mente te deixar notar e/ou criar.
VERBO + SUBSTANTIVO
São bastante comuns e a gama de exemplos para essa modalidade é facilmente ampliável quando você resolver criar seus próprios exemplos. Um dos exemplos que você pode usar de “collocation” entre um verbo e um substantivo é: “Do the shopping” (Fazer às compras) como você pode ver nos exemplos:
– I hate doing the shopping on weekends (Eu odeio fazer as compras nos fins de semana.)
– Could you take care of the children while I do the shopping? (Você pode tomar conta das crianças enquanto eu faço as compras?)
Outro exemplo utilizando essa mesma estrutura que você pode comumente ouvir ser utilizada é: “Take a seat” (Sente-se, numa tradução livre), comum em frases como:
– Please, take a seat and let’s have a little talk. (Por favor, sente-se e vamos conversar um pouco.)
– I took a seat next to her at the movies by chance. (Eu me sentei ao lado dela no cinema por acaso.)
Diversos outros podem ser pensados utilizando-se dessa mesma estrutura como: Make progress (Avançar), Take notes (Fazer anotações), Do the laundry (Lavar as roupas), dentre vários outros que facilmente você poderá observar para ampliar sua lista.
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