Desde que a vida foi acontecendo pra mim (a maternidade, despedidas e dificuldades) fui me tornando mais sensível para alguns conteúdos. Filmes de suspense e terror que antes eram divertidos, agora me tiram o sono por completo. Notícias que aparentemente estão distantes da minha realidade me fazem sentir medo e angústia como se a protagonista fosse eu. Encarar, seja onde for, meus medos reais está cada vez mais difícil.
Desde que a vida foi acontecendo pra mim (a maternidade, despedidas e dificuldades) fui me tornando mais sensível para alguns conteúdos. Filmes de suspense e terror que antes eram divertidos, agora me tiram o sono por completo. Notícias que aparentemente estão distantes da minha realidade me fazem sentir medo e angústia como se a protagonista fosse eu. Encarar, seja onde for, meus medos reais está cada vez mais difícil. E se alguém me indica um livro que fala sobre envelhecer e morrer, sobre despedida e esquecimento, eu pondero. Eu analiso se estou num bom momento pra ler. Eu resisto.
Talvez esse seja o grande trunfo de “O Gigante Enterrado”. Ele diz, sem dizer. A cutucada está fantasiada. Você embarca na leitura por um mundo irreal e navega de forma suave pela história de faz de conta. A metáfora, entretanto, aborda de forma poética alguns dos maiores medos de todos nós: o amor, a guerra, a memória, o envelhecer e morrer. “O Gigante Enterrado” é um livro dolorido, triste, mas necessário.
Kazuo Ishiguroano
Editora: Companhia das Letras
Ano de lançamento no Brasil: 2015
Tradução: Sonia Moreira
Foto do autor: Ryan Stevenson
Gênero: Ficção
400 páginas
Nasceu em Nagasaki, no Japão, em 1954, e mudou-se para a Inglaterra aos cinco anos. Ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 2017. É autor de sete livros, entre eles: “Os Vestígios do Dia”, vencedor do Booker Prize, e “Não me Abandone Jamais”, ambos com aclamadas adaptações para o cinema.
O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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