segunda-feira, 4 de maio de 2020

O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro

Desde que a vida foi acontecendo pra mim (a maternidade, despedidas e dificuldades) fui me tornando mais sensível para alguns conteúdos. Filmes de suspense e terror que antes eram divertidos, agora me tiram o sono por completo. Notícias que aparentemente estão distantes da minha realidade me fazem sentir medo e angústia como se a protagonista fosse eu. Encarar, seja onde for, meus medos reais está cada vez mais difícil.

O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro

Desde que a vida foi acontecendo pra mim (a maternidade, despedidas e dificuldades) fui me tornando mais sensível para alguns conteúdos. Filmes de suspense e terror que antes eram divertidos, agora me tiram o sono por completo. Notícias que aparentemente estão distantes da minha realidade me fazem sentir medo e angústia como se a protagonista fosse eu. Encarar, seja onde for, meus medos reais está cada vez mais difícil. E se alguém me indica um livro que fala sobre envelhecer e morrer, sobre despedida e esquecimento, eu pondero. Eu analiso se estou num bom momento pra ler. Eu resisto. 

Talvez esse seja o grande trunfo de “O Gigante Enterrado”. Ele diz, sem dizer. A cutucada está fantasiada. Você embarca na leitura por um mundo irreal e navega de forma suave pela história de faz de conta. A metáfora, entretanto, aborda de forma poética alguns dos maiores medos de todos nós: o amor, a guerra, a memória, o envelhecer e morrer. “O Gigante Enterrado” é um livro dolorido, triste, mas necessário. 

O Gigante Enterrado, de Kazuo Ishiguro publicado primeiro em https://www.revistabula.com



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