terça-feira, 30 de julho de 2019

Hipotermia: o que é, causas e sintomas

Podemos afirmar que uma pessoa está em estado de hipotermia quando sua temperatura é menor que 36 ºC, ou seja, hipotermia é a baixa da média da temperatura corporal.

A queda da temperatura é muito comum quando o paciente se submete à anestesia e cirurgia, devido a diminuição do metabolismo e à exposição do mesmo ao ambiente frio das salas cirúrgicas. Em certos tipos de cirurgia, pode-ser haver uma maior ou menor queda da temperatura.

O nosso corpo possui uma determinada homeostase, ou seja, ele busca constantemente por um equilíbrio dinâmico. Quando falamos em temperatura corporal, este é um dos parâmetros fisiológicos mais rigorosamente controlados pelo nosso organismo.

Nossa temperatura corporal média é 37 ºC, podendo ocorrer variações de 0,2 a 0,4 ºC. A temperatura do nosso corpo é de suma importância, pois ela garante a manutenção de diversas funções metabólicas.

Tipos de hipotermia

Didaticamente, existem três tipos clássicos de hipotermia, são eles: leve, moderada ou grave.

A hipotermia ocorre quando há uma queda de temperatura corporal menor que 36°C (Foto: depositphotos)

Entenda um pouco sobre cada uma delas a seguir:

  • Hipotermia leve: quando a temperatura corporal varia de 34 a 36 ºC
  • Hipotermia moderada: quando a temperatura corporal varia de 30 a 34 ºC
  • Hipotermia grave: quando a temperatura corporal é menor que 30 ºC.

Reações do corpo à essa condição

Um órgão chamado hipotálamo é o principal local da regulação da temperatura corporal, integrando impulsos térmicos provenientes da superfície cutânea (pele) e de tecidos profundos.

Quando por algum motivo o corpo entra em hipotermia, as principais reações são: vasoconstrição cutânea, termogênese sem tremores, tremores e alterações comportamentais.

A vasoconstrição cutânea é a primeira e mais importante resposta à hipotermia e causa diminuição na perda de calor para o ambiente em 25%. As alterações  comportamentais parecem depender mais da temperatura da pele que do ambiente, possibilitando ao ser humano viver em locais onde há extremos de temperatura.

A termogênese sem tremores ocorre por aumento da produção metabólica de calor e do consumo de oxigênio, sem aumento do trabalho muscular. Suas principais fontes são o músculo esquelético e o tecido adiposo marrom. Constitui o principal mecanismo termorregulador no recém-nascido e nas crianças pequenas.

Já o tremor muscular é uma atividade involuntária que acontece apenas quando ocorre vasoconstrição em seu grau máximo e, assim como a termogênese sem tremores, não é suficiente para a manutenção da temperatura corporal.

Causas

Mulher em rio congelado

Ficar exposto ao frio sem proteção pode acarretar nessa condição (Foto: depositphotos)

A hipotermia ocorre quando o indivíduo se expõe intensamente ao frio sem a devida proteção através de roupas ou pela imersão completa ou parcial em água congelada.

Além disso, outras situações podem levar à hipotermia, tais como: algumas doenças mentais, excesso de álcool e drogas, uso de medicamentos (antidepressivos e sedativos), diabetes, lesões na medula espinhal, queimaduras, hipotireoidismo, desnutrição e doença de Parkinson.

Sintomas

Pupilas dilatas

Pupilas dilatas podem ser um sinal de hipotermia (Foto: depositphotos)

  • Calafrios
  • Temperatura corporal abaixo de 36 ºC
  • Letargia motora
  • Tremores
  • Espasmos musculares
  • Confusão mental
  • Pele fria, principalmente as extremidades (pés e mãos)
  • Rigidez muscular
  • Sonolência
  • Alterações na memória e na fala
  • Frequência cardíaca baixa
  • Imobilidade e inconsciência.

Tratamento

Em situações de hipotermia, quando é observado alguns dos sintomas mencionados, deve-se imediatamente chamar socorro (ambulância).

Também, se possível, dê alguma bebida morna para a pessoa beber, não muito quente para que ela não tenha um choque térmico. Aqueça o paciente na altura das axilas e pernas. Caso a pessoa esteja com roupas molhadas, troque-as por uma seca e adequada.

Prevenção

Para prevenir a hipotermia deve-se utilizar roupas quentes e adequadas no frio; proteger principalmente a cabeça, pois 20% do calor corporal é perdido por ela; realizar atividades físicas, pois o movimento do corpo auxilia na circulação sanguínea e consequentemente, na manutenção do aquecimento corporal.

Casal agasalhado

É importante proteger a cabeça durante épocas frias (Foto: depositphotos)

Hipotermia induzida

A hipotermia induzida (HI) é uma terapêutica segura e eficaz no tratamento de recém-nascidos com encefalopatia hipóxico-isquémica (EHI). Consiste na redução da temperatura corporal para uma temperatura alvo entre 33 ºC e 34 ºC durante 72 horas.

O termo encefalopatia hipóxico-isquémico diz respeito aos casos de encefalopatia neonatal em que exista evidência clara de um evento hipóxico-isquémico. A incidência estimada de encefalopatia neonatal varia entre um a oito por cada 1000 nascimentos, sendo uma causa importante de mortalidade.

Essa técnica também é utilizada em casos de parada cardíaca, visando diminuir a temperatura corporal para minimizar as lesões neurológicas. Ou seja, prevenindo possíveis sequelas e aumentando as chances de sobrevivência assim que o coração voltar a bater.

Atuação

A hipotermia induzida atua através de diversos mecanismos fisiopatológicos, tais como a diminuição do metabolismo cerebral, a redução do edema cerebral, a redução da pressão intracraniana e a inibição da apoptose.

Por cada redução de um grau Celsius na temperatura corporal, o metabolismo diminui cerca de 7%.

Em casos de aplicação da técnica em situações de parada cardíaca, os médicos utilizam diversos recursos, como o uso de compressas de gelo, colchões térmicos, capacete de gelo ou soro gelado intravenoso, para que a temperatura corporal atinja a média de 32 ºC.

Riscos

Embora a hipotermia seja uma técnica segura e eficaz quando realizada no ambiente hospitalar, ela possui alguns riscos, tais como:

  • Aumento dos níveis de açúcar no sangue
  • Alteração do ritmo cardíaco, devido a diminuição dos batimentos do coração
  • Aumento dos riscos de sangramento, devido a diminuição da coagulação sanguínea.

Termorregulação

O homem necessita que a temperatura interna seja constante e o seu sistema termorregulador mantém a temperatura corporal em média de 37 ºC. Pequenas alterações nessa temperatura, tanto para mais quanto para menos, podem provocar alterações metabólicas e enzimáticas.

A termorregulação é realizada por um sistema de controle fisiológico, que consiste em termorreceptores centrais e periféricos, um sistema de condução aferente, o controle central de integração dos impulsos térmicos e um sistema de respostas eferentes levando as respostas compensatórias.

Respostas do nosso corpo ao calor: vasodilatação, sudorese e alterações comportamentais. Já as respostas do nosso corpo ao frio são: vasoconstrição, termogênese sem tremores, tremores e alterações comportamentais.

Desta forma, o equilíbrio dinâmico do nosso corpo é fundamental para a manutenção das funções vitais e fisiológicas do organismo.

Hipotermia e hipertermia

Como vimos, hipotermia é quando ocorre uma diminuição da temperatura corporal. Contudo, quando acontece uma elevação dessa temperatura, chamamos o processo de hipertermia.

Hipertermia é o oposto de hipotermia, e ela pode trazer sérios riscos à saúde humana. Considera-se hipertermia quando a temperatura média corporal apresenta valores acima de 38 ºC.

Termômetro marcando 39,9°C

39,9 °C indica um quadro de hipertermia (Foto: depositphotos)

A hipertermia atinge mais frequentemente alguns grupos, como crianças, idosos e pacientes hipertensos ou com problemas cardiovasculares. Ela também provoca dores de cabeça, náuseas, câimbras musculares, exaustão e respiração acelerada.

Em casos extremos, o corpo pode perder totalmente a capacidade de se resfriar, ocasionando desmaios e falência dos órgãos.

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