Certamente você já ouviu falar sobre os 3 R’s da sustentabilidade. Mas, sabe dizer o que cada um representa?
A preocupação com a preservação da vida tem sido motivo de reuniões mundiais para se tentar propor medidas em termos globais.
Quanto mais se expandem as populações humanas e quanto mais avança a tecnologia, mais tensas ficam as relações humanas com a natureza.
Com mais pessoas para sustentar e com tecnologias que demandam cada vez mais matérias-primas, aumenta a necessidade de exploração de recursos naturais. Portanto, amplificam-se as ações que alteram a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas.
Com base neste contexto, em 1992 aconteceu uma importantíssima reunião mundial, na cidade do Rio de Janeiro, e ficou conhecida como Eco-92.
Representantes de 170 países estiveram presentes e, como resultado dessa grande conferência, foi elaborado um documento chamando Agenda-21, definido como um plano de ação global para o século XXI.
Nesse momento, surge um novo conceito em relação ao descarte de resíduos: a política dos 3 R’s – reduzir, reutilizar e reciclar. Entenda mais sobre esse assunto a seguir!
Os 3 R’s
A gestão sustentável de resíduos sólidos tem como base o princípio dos 3 R’s, apresentado na Agenda-21: reduzir, reutilizar e reciclar.
Reduzir o uso de matérias-primas e energia, e o desperdício nas fontes geradoras. Reutilizar diretamente alguns produtos e reciclar alguns materiais.
A hierarquia dos 3 R’s segue o princípio de que causa menor impacto evitar a geração do lixo, do que reciclar os materiais após seu descarte.
A reciclagem de materiais polui menos o ambiente e envolve menor uso de recursos naturais, mas raramente questiona o atual padrão de produção. Sendo assim, não leva à diminuição do desperdício nem a produção desenfreada de lixo.
A geração e o descarte inadequado de resíduos sólidos no Brasil é um dos grandes problemas enfrentados na atualidade.
A sociedade de consumo vem aumentando a quantidade de lixo produzido graças aos inúmeros itens descartáveis que procuram “facilitar” o dia a dia das pessoas.
Estima-se que um indivíduo produza em torno de 1 quilo de lixo por dia. Mas, o que fazer com esse lixo? O que fazer com o plástico, os papéis, os papelões e tantos outros mais?
O Brasil ainda está muito distante de mudanças mais estruturais, que reduzam o volume de resíduos gerados, o que aumenta a importância dos programas de coleta seletiva do lixo.
No entanto, só a coleta não soluciona todos os problemas relativos à destinação de resíduos sólidos e deve ser considerada dentro de um plano mais amplo, de gerenciamento integrado do lixo.
Entenda a seguir um pouco mais sobre os conceitos e objetivos dos 3 R’s da sustentabilidade.
Reduzir
O consumismo, fruto da pós modernidade, tem trago muitos prejuízos à curto e longo prazo.
O excesso de lixo acumulado de modo desnecessário, objetos e equipamentos eletrônicos que são comprados freneticamente, carros que são trocados por status, e tantos outros tipos de comportamentos que buscam satisfazer nossos desejos, precisam ser reduzidos urgentemente.
Algumas dicas que devem se tornar hábitos saudáveis em nosso cotidiano são:
- Reduzir o excesso de compras
- Reduzir o desperdício de água
- Tomar banhos mais curtos
- Diminuir o uso de combustíveis, optando pela bicicleta ou caminhada em percursos mais curtos
- Diminuir o consumo de energia, usar lâmpadas econômicas ou até mesmo investir em energia solar.
Reutilizar
Reutilize objetos que aparentemente não possuem mais utilidade. Por exemplo, roupas rasgadas e velhas podem ser reutilizadas para limpar a casa ou os móveis.
Além disso, garrafas de refrigerante ou suco devem ser reaproveitadas para armazenar outros líquidos ou substâncias, como água, desinfetante, sabão líquido, entre outros.
Revistas e jornais velhos podem ser reutilizados para pesquisas escolares e material de rascunho.
Reciclar
Reciclar é quando o objeto passa por algum tipo de transformação ou tratamento. Por meio da coleta seletiva ou até mesmo dos catadores informais, boa parte do lixo é reciclado.
A reciclagem de plásticos pode ser utilizada para a confecção de novos materiais, como sacos de lixo, pisos, mangueiras, peças de automóveis, etc.
Além disso, papéis, caixas de leite, caixas de pizza, pneus e tantos outros mais, devem ser reciclados, evitando assim o aumento do acúmulo de lixo.
O que são os 5 R’s da sustentabilidade?
Como vimos, a política dos 3 R’s engloba a questão da redução, reutilização e reciclagem. Contudo, para termos uma consciência ambiental mais abrangente, focada na mudança de comportamento da sociedade, surgiu a política dos 5 R’s: repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar.
Nesse caso, dois novos conceitos passam a fazer parte: repensar e recusar.
É de suma importância repensarmos nossas práticas de consumo e descarte. Precisamos repensar os nossos hábitos, se aquilo que estamos comprando é realmente necessário, e como estamos fazendo o descarte daquilo que julgamos não ser mais útil.
Além disso, é necessário recusar. Recusar adquirir produtos que possam prejudicar a nossa saúde e o meio ambiente. Recuse o uso de aerossóis, lâmpadas incandescentes e embalagens plásticas não recicláveis.
Desenvolvimento sustentável
A Agenda-21 defendia a necessidade de investimento em programas de desenvolvimento sustentável. Nesse modelo de desenvolvimento, considera-se que o avanço econômico e a conservação do meio ambiente são compatíveis e devem estar intimamente relacionados.
Os recursos naturais são suficientes para atender às necessidades de todos, desde que manejados de forma sustentável.
Para isso, segundo a Agenda-21, deveriam ser elaborados planos de manejo que considerassem não apenas as características do meio ambiente, mas também da cultura, a história e a situação social da comunidade que depende de determinados recursos naturais.
Em 1997, houve uma reunião na Organização das Nações Unidas (ONU), a Rio+5 (5 anos após a Eco-92), na qual foram apontadas algumas lacunas ou pontos mal definidos na Agenda-21 e que dificultavam sua implementação.
Também em 1997 aconteceu um encontro mundial na cidade de Kyoto, no Japão, onde foi elaborado um dos mais ambiciosos projetos de combate ao aquecimento global: o Protocolo de Kyoto.
Esse projeto estabeleceu que os países industrializados deveriam, até 2012, reduzir em média 5,2% de suas emissões de gases causadores do efeito estufa (principalmente o gás carbônico), em relação aos níveis alarmantes detectados em 1990.
O Brasil foi um dos primeiros países a assinar o Protocolo de Kyoto. No entanto, alguns países industrializados se negaram a validar esse documento por não concordarem com a meta de redução na emissão de gás carbônico estabelecida por eles.
Em 2002, tivemos a Rio+10 e, em 2012, a conferência Rio+20. Em 2015, os 193 estados membros da ONU adotaram formalmente a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável (ODS). É uma agenda para acabar com a pobreza em todas as suas formas, uma agenda para o planeta.
TEIXEIRA, António Carlos. “Educação ambiental: caminho para a sustentabilidade“. Revista brasileira de educação ambiental/Rede Brasileira de Educação Ambiental, v. 2, p. 23-31, 2007.
NOHARA, JOULIANA JORDAN et al. “GS-40-Resíduos sólidos: passivo ambiental e reciclagem de pneus“. 2006. Tese de Doutorado. Thesis, São Paulo, ano I.
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