terça-feira, 31 de março de 2020

Tire as crianças da sala: 20 filmes da Netflix para maiores de 18 anos

Com milhares de opções, a Netflix possui filmes que agradam a todos os usuários, inclusive os que procuram produções com cenas picantes. A Revista Bula vasculhou o catálogo do serviço de streaming e reuniu em uma lista vinte filmes, entre títulos antigos e atuais, proibidos para menores de 18 anos.

Tire as crianças da sala: 20 filmes da Netflix para maiores de 18 anos

Para aqueles que gostam de relaxar durante o tempo livre, nada melhor que assistir um bom filme. E, para isso, a Netflix é uma das melhores opções atualmente, com um catálogo extenso, com filmes que agradam a todos os gostos. Inclusive, vasculhando a plataforma de streaming, é possível encontrar boas opções para os espectadores que procuram filmes mais ousados, com cenas proibidas para menores de 18 anos. A Revista Bula analisou o catálogo da Netflix e reuniu em uma lista 20 opções de filmes picantes. Entre eles, destacam-se “Climax” (2019), de Gaspar Noé; e “Desejarás o Noivo da Sua Irmã” (2017), dirigido por Diego Kaplan.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

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10 filmes para assistir na Netflix e deixar 2020 mais leve

2019 foi um ano difícil, mas é necessário lembrar que os pequenos prazeres do cotidiano, como assistir um bom filme, sempre podem deixar os dias mais leves. Para quem deseja que 2020 seja melhor, a Bula reuniu em uma lista dez ótimos longas que estão disponíveis na Netflix. Os títulos selecionados trazem mensagens inspiradoras.

10 filmes para assistir na Netflix e deixar 2020 mais leve

2019 foi um ano difícil. Tragédias naturais, mortes de grandes personalidades e as controvérsias na política criaram um sentimento de desolação nos brasileiros. Mas, é necessário lembrar que os pequenos prazeres do cotidiano, como assistir a um bom filme, podem deixar os dias mais leves. Para inspirar 2020, a Bula reuniu em uma lista dez ótimos longas inspiradores que estão disponíveis na Netflix. Entre os escolhidos, destacam-se o romance “Love For Sale 2” (2020), de Andibachtiar Yusuf; e o documentário “Ram Dass: A Caminho de Casa” (2018), dirigido por Derek Peck. Os títulos estão organizados de acordo com o ano de lançamento.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

Bônus

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A fotografia capturada pelo telescópio Hubble no dia do seu aniversário

Lançado pela NASA em 1990, o Hubble tornou possível aos humanos enxergar estruturas do Universo até então desconhecidas. No site da agência espacial, há uma seção dedicada ao telescópio. Mas, a novidade é que agora você pode conferir qual foi a imagem capturada pelo Hubble no dia do seu aniversário.

A fotografia capturada pelo telescópio Hubble no dia do seu aniversário

O Telescópio Espacial
Hubble foi lançado pela NASA, agência espacial dos Estados Unidos, em 24 de
abril de 1990. Pela primeira vez, ele tornou possível aos humanos enxergar
estruturas do Universo até então desconhecidas. Com lentes que detectam tanto a
luz visível quanto a infravermelha, é o telescópio que consegue as melhores
imagens das galáxias e outros corpos celestes.

Desde que foi lançado, o
Hubble explora o universo 24 horas por dia, 7 dias por semana. No site da NASA,
há uma seção dedicada ao telescópio, com belas fotos do espaço. Mas, a maior
novidade é que agora você pode conferir qual foi a imagem capturada pelo Hubble
no dia do seu aniversário.

Para conferir a fotografia, basta preencher os campos com o mês e o dia do seu nascimento, nesta ordem. Ao clicar em “Submit”, o site apresenta a visão do espaço pelo Hubble naquele dia. O ano pode variar, já que não existem arquivos de todos os anos. É possível compartilhar a foto nas redes sociais, basta clicar nos símbolos no lado esquerdo da tela.

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A história do presidente brasileiro que morreu de gripe espanhola

O presidente da República Rodrigues Alves (1848-1919) — Francisco de Paula Rodrigues Alves — morreu, em 1919, de gripe espanhola. Foi o primeiro político brasileiro a ser eleito presidente duas vezes, em 1902 e 1918. Mas não assumiu o segundo mandato. Era um homem de rara decência e não se irritava com as críticas da imprensa.

A história do presidente brasileiro que morreu de gripe espanhola

No lugar de falar em gripezinha, Rodrigues Alves criou o Instituto Butantã e a Faculdade de Medicina de São Paulo e combateu a varíola, a febre amarela e a peste bubônica

O
presidente da República Rodrigues Alves (1848-1919) — Francisco de Paula
Rodrigues Alves — morreu, em 1919, de gripe espanhola. Foi o primeiro político
brasileiro a ser eleito presidente duas vezes, em 1902 e 1918. Mas não assumiu
o segundo mandato. Era um homem de rara decência e não se irritava com as críticas
da imprensa. Seu ministro da Fazenda era o goiano Leopoldo de Bulhões.

O
pai de Rodrigues Alves, o português Domingos Rodrigues Alves, chegou ao Brasil
em 1832, radicou-se em Guaratinguetá, em São Paulo, e tornou-se produtor de
café. O menino era um prodígio, o melhor aluno da escola. No Colégio Pedro II,
superou inclusive Joaquim Nabuco, igualmente brilhante. Do Rio de Janeiro,
mudou-se para São Paulo, para estudar na Faculdade de Direito do largo do São
Francisco. Lá, tornou-se rival de Ruy Barbosa, outro estudante notável.
Discordavam sempre, mas eram abolicionistas, republicanos e anticlericais.

Formado,
Rodrigues Alves se integra ao Ministério Público e se torna promotor de justiça
em Guaratinguetá e em São Paulo; depois, juiz. Já rico, casa-se com uma mulher
rica, Ana Guilhermina de Oliveira Borges, com quem teve oito filhos.

Os
filhos contam que Rodrigues era “bom, jovial e tolerante”. Viúvo em 1891, aos
43 anos, não mais se casou, optando pela política e por cuidar dos filhos. Sua
história está contada no recém-lançado “Rodrigues Alves — A Modernização do Rio
de Janeiro” (Folha de S. Paulo, 56 páginas), do jornalista e pesquisador
Fernando Figueiredo Mello.

Começou a carreira política como deputado provincial pelo Partido Conservador, em 1872. Sua principal bandeira era o ensino obrigatório. Mesmo militando na política, atuava como produtor rural e dono de uma banca de advocacia. Em 1885, aos 37 anos, eleito deputado federal, muda-se para o Rio de Janeiro. Dois anos depois, é nomeado presidente (governador) da província de São Paulo. A cidade de Santos enfrentava uma epidemia de varíola e, incitados por abolicionistas, os escravos estavam se rebelando.

O
principal porto de escoamento do café para o exterior era o de Santos.
Rodrigues adota medidas profiláticas duras para conter a epidemia. Em 1888,
retorna à Câmara dos Deputados e vota a favor da Lei Áurea, que libertou os
escravos. A princesa Isabel o torna conselheiro do Império.

Proclamada
a República, em novembro de 1889, participa da Assembleia Constituinte e assina
a nova Constituição, em 1890. É eleito para a presidência da Comissão de
Finanças da Câmara dos Deputados. O presidente Floriano Peixoto o nomeia
ministro da Fazenda.

No
ministério da Fazenda, Rodrigues Alves trabalha para reduzir os gastos públicos
e conter a inflação. Seu plano é rejeitado e, por isso, se demite.

Eleito
presidente da República, Prudente de Moraes nomeia Rodrigues Alves para o
Ministério da Fazenda. “Trata de reorganizar as finanças, com a defesa do
papel-moeda e do câmbio, e a negociação direta com bancos estrangeiros”,
assinala Fenando Figueiredo. Mas a queda das exportações de café e o aumento
das importações agrava a crise econômica, o que trava o pagamento da dívida
externa.

Se
controla a inflação, Rodrigues Alves não consegue resolver outros problemas,
como “a baixa do preço do café”. Acaba por deixar o Ministério da Fazenda.

Criador
do Instituto Butantã

No
Senado, apoia o governo do presidente Campos Salles. Depois, se torna
presidente de São Paulo, em 1900. Combateu com eficiência a epidemia de febre
amarela e a epidemia de peste bubônica (em Santos). Em 1901, apostando na
ciência, criou o Instituto Butantã, “pioneiro na pesquisa de soros terapêuticos
e na criação de vacinas”, frisa Fernando Figueiredo.

A queda do preço do café e a superprodução gestaram uma forte crise econômica. Para assegurar mão de obra, o presidente de São Paulo incentiva a imigração. Modernizador, Rodrigues Alves reformou a polícia, trabalhou pela autonomia do Poder Judiciário, ampliou o ensino primário e construiu obras de saneamento básico.

Em
1902, com o apoio do presidente Campos Salles, foi eleito presidente da
República. Conquistou mais de 93% dos votos. Decente, quando pedia almoço da
Confeitaria Pascoal, para ele e auxiliares, pagava tudo do próprio bolso. A
história é contada pela historiadora Isabel Lustosa, no livro “Histórias de
Presidentes — A República no Catete, 1897-1960” (Agir, 296 páginas).

A
imprensa às vezes tratava Rodrigues Alves de maneira contundente, inclusive
apelidando-o de “Soneca”. Não há notícia de que tenha perseguido jornalista ou
falado palavrões a algum deles. “Dizia-se até que recortava e guardava as
caricaturas e as sátiras publicadas na imprensa”, escreve Fernando Figueiredo.
Culto, era amigo de poetas, como Olavo Bilac. Ao deixar o governo, saiu
aplaudido pela população do Rio de Janeiro e sendo chamado de “Papai Grande lá
do Catete”.

No
governo de Rodrigues Alves, ocorreram a Revolta da Vacina, em 1904, e a
sublevação da Escola Militar da Praia Vermelha.

Chegaram
a aconselhá-lo a fugir do palácio. Mas Rodrigues Alves, pequeno e franzino,
decidiu ficar e enfrentar a situação. “O saldo da tentativa de deposição do
presidente teve três mortes, incluindo a do general Silvestre Travassos, líder
e articulador da ofensiva ao Palácio do Catete.” A oposição articulou uma
campanha suicida contra a vacinação em massa para combater a varíola. O governo
acabou revogando a vacinação obrigatória. O médico Oswaldo Cruz era o principal
responsável pela vacinação, isto, é, por salvar vidas.

Com
passagem pelo Instituto Pasteur, na França, o médico sanitarista recebeu a
incumbência de cuidar do saneamento do Rio de Janeiro. A capital era
apresentada no exterior como “túmulo dos estrangeiros”, por causa das epidemias
“incontroláveis”.

Oswaldo
Cruz decidiu combater, de cara, a febre amarela e a peste bubônica. O governo
articulou equipes de caçadores de ratos. Chegou-se a pagar quem matasse ratos,
hospedeiros de pulgas que transmitiam a peste.

“Para
eliminar o mosquito transmissor da febre amarela, milhares de pessoas foram
mobilizadas, além de uma intensa e extensa higienização em áreas mais povoadas,
especialmente em casas no centro da cidade, onde o problema era mais crítico.
Construções sem condições de salubridade ou sem licença foram interditadas, e
os enfermos identificados logo eram encaminhados e isolados em hospitais. Por
ser invasiva e, assim, muitas vezes provocar resistência da população, toda
ação tinha acompanhamento da polícia, que escoltava as equipes médicas onde
quer que fossem”, relata Fernando Figueiredo.

Em
1904, a varíola matou 4 mil pessoas. Por isso o governo de Rodrigues Alves
tornou a vacina obrigatória. Mas políticos, como o senador Lauro Sodré e o
deputado Barbosa Lima, ligados ao Exército, fizeram uma campanha irracionalista
insuflando a população contra a campanha. Ruy Barbosa também atacou a
orientação de Oswaldo Cruz. O historiador Nicolau Sevcenko, autor do livro “A
Revolta da Vacina”, escreveu que o governo não soube preparar, “psicologicamente”,
as pessoas. Lima Barreto acompanhou a revolta de populares. “O motim não tem
fisionomia, não tem forma, é improvisado”, realçou.

Pacificado
o país, Rodrigues Alves pôs-se a implementar seu programa de modernização.
Manteve as finanças estabilizadas, mas incentivou o crescimento econômico.
Começou por uma ampla reurbanização do Rio de Janeiro. Expandiu as ferrovias e
incentivou a imigração.

Pereira
Passos, engenheiro e prefeito do Rio de Janeiro, começou, bancado por Rodrigues
Alves, uma ampla reformatação da arquitetura urbana da cidade. Admirador do
barão (George-Eugène) Haussmann, Pereira Passos não hesitou ao tocar a reforma
urbana. O engenheiro Lauro Müller, ministro da Viação, responsabilizou-se pela
modernização do porto. “O engenheiro Paulo de Frontin “comandou dois grandes
canteiros de obras na abertura das avenidas Central (atual Rio Branco) e do
Cais (hoje Rodrigues Alves)”, informa Fernando Figueiredo.


políticos que sugerem que investir em saneamento, sobretudo esgoto, não
funciona em termos eleitorais. Porque as obras, embora fundamentais para a saúde
pública, “não são vistas” (ficam embaixo da terra) pelos eleitores. Rodrigues
Alves pensava diferente: e investiu pesado em urbanização e saneamento

Mas
houve reações contra a política do “bota-abaixo”, “que”, pontua Fernando
Figueiredo, “demolia casebres para abrir espaço a edifícios imponentes. A
maneira arbitrária com que as reformas foram impostas ferveu o caldeirão
social”. Por ser um gestor decidido, incontornável nas duas decisões, Pereira
Passos passou a ser chamado de “ditador”. O jurista Ruy Barbosa criticou-o
acidamente.

Fernando
Figueiredo postula que o balanço da gestão de Rodrigues Alves, com o apoio de
Pereira Passos, foi positivo para o Rio de Janeiro, a capital do país. “Não é
exagero dizer que há um Rio de Janeiro antes e depois de Rodrigues Alves”,
sublinha.

A
gestão de Pereira Passos criou novas avenidas, como a Mem de Sá, Salvador de
Sá, Gomes Freire, Passos, Beira-Mar, Atlântica, e alargou outras. Reconstruiu o
cais Pharoux e dos Mineiros. Edificou o Teatro Municipal, a Escola de Belas
Artes, a Biblioteca Nacional.

Em
termos de economia, Rodrigues Alves enfrentou a crise da queda dos preços do
café para exportação, provocada pela superprodução. Alexandre Siciliano
articulou um plano de valorização do café, porque não havia recursos
suficientes. Produtores de café, com o apoio de governadores de São Paulo,
Minas Gerais e Rio de Janeiro, articularam, à revelia do presidente da
República, o Convênio de Taubaté. Os cofres dos três Estados seriam “sangrados”
para beneficiar os produtores de café. Os governos estaduais pediram um
empréstimo de 15 milhões de libras esterlinas — criando, por assim dizer, uma
Estado do Bem-Estar Social para os fazendeiros do café, salvando-os da
bancarrota.

Com
o dinheiro dos ingleses, os governadores de São Paulo, Rio e Minas “compraram o
café excedente e retiraram o produto do mercado, de modo a pressionar para cima
a cotação internacional”. O Estado pagava o pato dos problemas da iniciativa
privada.

O
presidente seguinte, Afonso Pena, ratificou o Convênio de Taubaté, beneficiando
os produtores de café.

A
política exterior de Rodrigues Pena, operada pelo Barão do Rio Branco (José
Maria da Silva Paranhos Jr.), foi bem-sucedida. Pelo Tratado de Petrópolis,
assinado com a Bolívia, o Brasil anexou o Acre. O governo brasileiro pagou 2
milhões de libras esterlinas aos bolivianos.

O
barão do Rio Branco criou a primeira embaixada do Brasil, em Washington,
Estados Unidos. O embaixador Joaquim Nabuco, conhecido como Quincas o Belo, foi
convidado para chefiá-la.

Faculdade
de Medicina e gripe espanhola

Aos
64 anos, Rodrigues Alves despijamou-se e foi eleito para o governo de São
Paulo. Era seu terceiro mandato como presidente da província. Sua gestão
valorizou o café e construiu a ponte sobre o Rio Tietê em Barra Bonita e
restaurou a rodovia Caminho do Mar.

Em
1912, Rodrigues Alves, um aficionado da ideia de que investir em educação era
levar ao crescimento econômico e ao desenvolvimento, criou a Faculdade de
Medicina e Cirurgia de São Paulo, parte da USP desde 1934.

O
Partido Republicano Paulista (PRP) bancou-o para o Senado, em 1916. Seguindo o
acordo da política do café com leite, Rodrigues Alves, de São Paulo, é lançado
para a Presidência da República, com o mineiro Delfim Moreira na vice.

Rodrigues
Alves foi eleito — até homologado — com uma votação extraordinária. Seu rival,
Nilo Peçanha, do Rio de Janeiro, obteve menos de 1% dos votos.

Mas
havia uma gripe no meio do caminho. Em 1918, a gripe espanhola assolou o Brasil.
Uma de suas vítimas foi Rodrigues Alves, de 70 anos e “que tinha a saúde
vulnerável”, registra Fernando Figueiredo. “À beira da morte, Rodrigues Alves
não voltaria ao Palácio do Catete. O vice Delfim Moreira assumiu. (…) Rodrigues
Alves morreu na madrugada de 16 de janeiro de 1919, no Rio de Janeiro.
Ironicamente, o homem mais identificado com a erradicação de epidemias sucumbiu
à gripe”, anota Fernando Figueiredo.

Rodrigues
Alves Filho contou, no livro “Retratos de Família”: “Nas vésperas de morrer,
[Rodrigues Alves] mandou chamar os médicos que o assistiam, os drs. Miguel
Couto, Matias Valadão e Leitão da Cunha. Despediu-se de cada um apertando-lhe a
mão e agradecendo-lhes a atenção que [lhe] dispensaram (…). Depois, recebeu o
padre confessor. E morre em paz de espírito e coração”.

Um
presidente que respeitava a liberdade de imprensa

Políticos
de vocação autoritária tendem a tratar a imprensa como “inimiga”, portanto
passam a depreciá-la. O fenômeno não é novo e está sempre ressurgindo. O
filósofo britânico John Gray postula que a ideia de “progresso” — de avanço
contínuo — é ilusória. A história é, de fato, feita de avanços, mas também de
recuos. O presidente Rodrigues Alves era firme, mas, democrata, não perseguia a
imprensa nem atacava jornalistas.

Como
foi deputado, senador e ministro da Fazenda, Rodrigues Alves era criticado
antes mesmo de se tornar presidente. Como era um homem espartano, reservado,
pouco dado à vida social, parecia enfadado e chato. Por isso o baixinho cordial
e nada atlético ganhou o apelido de “Soneca”. A rigor, de “soneca”, não tinha
nada. Era um gestor decidido e realizador. Só não apreciava perder tempo com
conversas inúteis e picuinhas.

“Rodrigues
Alves era apresentado em caricaturas e desenhos em poses e situações ingratas,
a se espreguiçar, a despertar às dez da manhã, sempre trajando roupas de
dormir”, relata Fernando Figueiredo.

O
caricaturista Raul Pederneiras satirizou-o: “O primeiro presidente tinha a
pedra no sapato/ o segundo tinha uma energia de pedra/ o terceiro tinha a pedra
na barriga/ o quarto (minguante) tinha a pedra no Silvestre/ E até o futuro
presidente tem um sono de pedra”. O “futuro”, no caso, é Rodrigues Alves.

A
revista ilustrada “O Malho” publicou que Rodrigues Alves “nasceu dormindo e
dormiu a vida inteira, no colégio, na faculdade, na Câmara, no Ministério, no
Senado e no governo de São Paulo”.

Rodrigues
Alves ficava com “raiva”? É provável que considerasse que alguns veículos
excedessem nas críticas, mas optou por não respondê-los nem processá-los. Ele
mantinha relacionamento cordial com repórteres, editores e proprietários de
jornais e revistas. Consta que, desenhado com uma aparência muito feia — não
era nenhum Paul Newman ou Alain Delon —, reclamou ao chargista. Nas charges
seguintes, a imagem melhorou um pouco.

Em
fevereiro de 1903, ao perceber que o presidente era um democrata, “O Malho”
publicou: “Uma coisa precisa registrar a crônica do carnaval, com os aplausos
calorosos do cronista: a prova de espírito de tolerância dada pelo governo —
ou, antes, pelo chefe do Estado — permitindo que saíssem num préstito a figura
do mesmo chefe do Estado a dormir a sua soneca ao lado da República. O dr.
Rodrigues Alves lavrou dois tentos com esse simpático procedimento”. O riso é a
única arma, se arma é, contra o humor.

O
Rio de Janeiro passou a ser conhecido como Cidade Maravilhosa, sugere Fernando
Figueiredo, devido às reformas protagonizadas por Rodrigues Alves e Pereira
Passos.

Rodrigues
Alves tinha oito filhos e não aderiu à prática do nepotismo

A
história do Brasil é variada. Há presidentes da República que nomeiam parentes
para vários cargos. Há quem conte que um presidente só não nomeou Sir Totó Ney,
seu nobre cachorro de estimação, porque latia muito e fazia xixi na perna dos
visitantes. Há presidente que, mesmo não nomeando, banca a candidatura de três
filhos — criando não os “quatro” mosqueteiros, mas os quatro cavaleiros do
Apocalipse. Do Armagedom. O presidente Rodrigues Alves era bem diferente, e não
tinha apreço por nepotismo nem por impor seus filhos na política.

Rodrigues Alves e família

Oscar
Rodrigues Alves, filho do presidente, havia sido indicado para ocupar uma vaga
na Câmara dos Deputados de São Paulo. Entraria na vaga de um político que havia
sido eleito para o Senado. A indicação não esbarrava na lei, portanto era
plenamente legal. Mas, como presidente de São Paulo, Rodrigues Alves pensava
diferente e escreveu uma carta explicando seus motivos: “No 3º distrito já
havia um sobrinho, filho do meu mano Antônio, e a apresentação de outro parente
escandalizaria a opinião, sendo eu presidente do Estado. Acrescia que meu filho
Francisco, atualmente deputado federal, não poderia apresentar-se nas próximas
eleições gerais, pelo fato de ser filho do presidente. No dia imediato
teleagrafei ao dr. Rubião nestes termos: ‘Por motivos de ordem pessoal e
política, não pode meu filho, no atual momento, aceitar a honrosa indicação
para a eleição do dia 13. Peço aos amigos da comissão, como especial atenção,
que seja o seu nome substituído’. Felizmente, meu filho, pensando do mesmo
modo, telegrafou ao vice-presidente do Estado, dizendo que eu achava
inconveniente a sua candidatura e pedindo que fosse o seu nome substituído”.

Numa carta ao senador Tomás Delfino, Rodrigues Alves escreve: “A nossa educação política é muito fraca e o personalismo, a vaidade e o aferro a pequenos interesses de zona não deixam que o espírito dos homens políticos se eleve à altura dos grandes interesses nacionais, além de que o imprevisto entra por essas e outras razões na marcha e solução dos maiores acontecimentos”.

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15 passeios virtuais para fazer com as crianças sem sair do sofá

Para ajudar as famílias com entretenimento de qualidade, a Bula reuniu em uma lista 15 opções de tours virtuais e gratuitos para fazer sem sair de casa. Além de apreciar a beleza de alguns dos monumentos mais famosos do mundo, as crianças também aprenderão sobre a história e a importância de cada um deles.

15 passeios virtuais para fazer com as crianças sem sair do sofá

Para dar uma pausa nas brincadeiras (e um descanso aos pais) sem entediar as crianças, a Bula reuniu em uma lista 15 opções de tours virtuais e gratuitos para fazer sem sair de casa. Ainda que não substituam a experiência ao vivo, esses passeios são ótimas dicas para os pais. Pela internet, é possível ter uma visão panorâmica de alguns dos lugares mais famosos do mundo, como a Muralha da China, a Torre Eiffel, o Vaticano e o Cristo Redentor. Além de apreciar a beleza desses monumentos, as crianças também aprenderão sobre a história e a importância de cada um deles.

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Aspecto Verbal

O aspecto verbal é um traço do sistema modo-temporal, funcionando como recurso auxiliar na distinção…

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10 filmes levinhos para assistir na Netflix e não pensar em nada

De vez em quando, bate a vontade de ver um filme “bobinho” apenas por entretenimento, para relaxar a mente e esquecer dos problemas. Então, a Bula reuniu em uma lista dez longas disponíveis na Netflix que não trazem grandes discussões e passaram longe dos grandes prêmios, mas são ótimos para passar o tempo.

10 filmes levinhos para assistir na Netflix e não pensar em nada

De vez em quando, todos (incluindo os cinéfilos) procuramos um filme apenas por entretenimento, para relaxar a mente, esquecer dos problemas e não pensar em nada. Então, a Bula reuniu em uma lista dez longas disponíveis na Netflix que não trazem grandes discussões e passaram longe dos grandes prêmios, mas são ótimos para passar o tempo. A seleção abrange filmes de diferentes gêneros e nacionalidades, como o romance norte-americano “Amor em Obras” (2019), de Roger Kumble; e a comédia espanhola “Santo Time” (2018), dirigida por Curro Velázquez. Os títulos estão organizados de acordo com o ano de lançamento.

Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix

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