A ideia de que um livro pode mudar a vida de alguém é altamente controversa. Há quem acredite; há quem discorde. O fato é que, caso a leitura de uma obra possa mesmo ser capaz de mudar a vida do leitor, isso depende em grande medida do conjunto de referências culturais e experiências vitais experimentadas por aquele que lê. Não creio, por exemplo, que um livro de filosofia possa mudar a vida de alguém sem disposição para o saber filosófico. Da mesma maneira, um livro de História não causará impacto naquele que não consiga se aperceber de que a compreensão do passado é fundamental para o entendimento do presente.
Esclarecidas essas premissas, a lista a seguir é uma pequena demonstração de obras que mudaram a minha vida. Por alguma razão que desconheço, tais livros, em dado momento da minha biografia, falaram diretamente ao meu espírito. Sem dúvida, tiveram papel relevante na minha compreensão de mundo. No fundo, cada um deles ajudou a descobrir quem sou.
Nesse sentido, as obras selecionadas refletem invariavelmente a minha personalidade. São títulos que revelam a influência do meu particular conjunto de referências culturais e experiências vitais, como os muitos e muitos anos nos quais recebi educação formal em música em conservatório, o estudo intenso da Filosofia na adolescência (que acabou por se tornar meu “esporte” favorito, já que nunca fui bom no futebol), ou ainda em minhas passagens pela Alemanha ou como morador da Amazônia — a região mais esquecida e desprezada do Brasil.
Por isso não gostaria que o leitor da Bula observasse a lista a seguir como os dez melhores livros de todos os tempos ou coisa parecida (jamais escreveria uma lista desse tipo; seria demasiada pretensão para um leitor modesto como eu, que divide seu tempo entre a leitura de partituras e a pesquisa da literatura jurídica). Trata-se apenas de uma proposta singela de compartilhar alguns dos meus mais caros referenciais bibliográficos. Sendo assim, talvez fosse mais apropriado chamar a lista de “dez livros que mudaram a minha vida”.
Quem sabe então o leitor da Bula, ao tomar partido dos meus breves comentários sobre essas obras, possa se sentir instigado a lê-las também. Desde já, registro que será um prazer encontrá-lo no futuro para discutir o teor de cada uma delas. Portanto, fica o convite: dê uma chance a esses livros. Deixei-os mudar a sua vida também!
No seu livro mais famoso, “Origens do Totalitarismo”, Hannah Arendt buscou contextualizar historicamente o que chamou de “tentativa totalitária da conquista global e do domínio total” no século 20. Sua análise atravessa conceitos como antissemitismo, imperialismo e totalitarismo, para concluir que a dignidade humana só pode ser garantida por meio de novos princípios políticos — aquilo que designou de “um novo começo”.
Para a exposição dos fundamentos filosóficos desse “novo começo”, Arendt escreveu “A Condição Humana”. Trata-se de obra bem menos conhecida do público em geral, não obstante seja talvez o seu trabalho de maior fôlego filosófico. Nesse livro, a pensadora alemã defende o conceito de “vita activa”, entrelaçando o que considera as três atividades humanas fundamentais (labor, trabalho e ação) com as condições mais gerais da existência humana (nascimento e a morte, a natalidade e a mortalidade).
O maior mérito intelectual da obra é, todavia, discernir com notável lucidez os conceitos de esfera pública e esfera privada. Eis um tema de suma relevância para a vida do leitor, já que viver é um ato político — produto de uma decisão política, ainda que inconsciente. Assim, ter a consciência de que a ação no espaço público traz implicações e responsabilidades distintas daquelas empreendidas no espaço privado é fundamental para o desenvolvimento de uma nova visão da política e da vida como bem supremo da condição humana.
De todas as formas de manifestação artística, a música é indubitavelmente a mais popular. Enquanto, por exemplo, a leitura de um livro exige um ritual mínimo de preparação (o ambiente silencioso é essencial no meu caso), para ouvir uma peça musical não é preciso sequer a intenção. Não são poucos os casos de ouvintes que descobrem a obra de um artista por acaso, ouvindo-a no rádio, como trilha sonora de filme, ou no som do carro do colega de trabalho que lhe deu uma carona. Isso não é ruim, é claro, pois a música é fonte de felicidade — e cabe à arte nos tornar humanos. O problema é que, diante dessa popularidade, a compreensão da música, enquanto fazer artístico, começa a desaparecer. Para piorar, a indústria fonográfica trabalha na lógica da picaretagem, fabricando “ídolos” que têm menos sensibilidade musical que um sapo ou uma cigarra.
Presente esse contexto, a leitura de um livro como “História Universal da Música” constitui um santo remédio contra a perda da compreensão do significado grandioso da arte musical. Nessa obra portentosa, Roland de Candé sistematiza as características de cada um dos períodos da histórica da música (da Pré-história à Antiguidade, passando pelo Renascentismo, Barroco, Classicismo, Romantismo etc.), alicerçado em uma pesquisa histórica riquíssima. Mas o musicólogo francês vai além. Dono de cabedal filosófico admirável, ainda enfrenta temas espinhosos relacionados ao estudo da música, tais como a sua definição, a sua percepção social, a sua função social e até mesmo a importância da notação na partitura como ferramental transmissor de ideias.
“História Universal da Música” é uma leitura obrigatória para todo aquele que deseje passar da condição de reles “tocador de instrumento” à condição de músico, ou do estágio de “escutador ocasional” ao do ouvinte qualificado, apto a apreciar a arte musical em um nível profundo.
Hoje o cineasta inglês Alfred Hitchcock é reconhecidamente um dos grandes cineastas do século 20, a quem se convencionou até mesmo alcunhar de “mestre do suspense”. Mas nem sempre foi assim. Durante grande parte de sua carreira, seus filmes foram rejeitados pela crítica especializada estadunidense, que o acusava de ser um artista medíocre, autor de filmes comerciais e vazios.
Na contramão dessa tendência, estavam os críticos franceses da revista “Cahiers du Cinéma”. Eles foram pioneiros em reconhecer o mérito artístico da obra cinematográfica hitchcokiana. Assim, o presente livro é o registro documental dessa reverência. Nele acompanhamos a entrevista que Hitchcock concedeu ao jovem François Truffaut. Como não poderia deixar de ser, as perguntas e as respostas revelam um diálogo de altíssimo nível sobre cinema, a reunir dois dos grandes cineastas do século 20. Entrevistador e entrevistado discutem desde aspectos eminentemente técnicos — como problemas com as cores, direção de atores, a eficácia da decupagem clássica criada por D. W. Griffith, a impressão de terceira dimensão nas tomadas em contre-plongée — a outros mais acessíveis ao público leigo, como a infância solitária do diretor na Inglaterra e sua relação com atrizes como Grace Kelly e Ingrid Bergman, da qual guardava rancor por tê-lo trocado por Rossellini, além da difícil administração dos contratos com estúdios e produtores.
Julgo que se cuida de livro capaz de “mudar” a vida do leitor por uma razão muito simples: ele revela que o cinema requer, por parte do artista, um domínio do seu ofício que é tão técnico e cerebral quanto o do compositor de uma sinfonia. As entrevistas denotam que o fazer cinematográfico, entendido enquanto proposta de arte, representa tarefa de difícil domínio, que ultrapassa em vastos o mero ajuntamento de imagens ou a montagem de efeitos especiais. É um livro que mostra ainda que, por trás das câmeras, existem intelectuais formidáveis, donos de um cabedal amplo de referências culturais que, pensadas e refletidas à exaustão, sustentam uma arte de difícil condução, a evitar que o diretor perca o controle do seu filme e fracasse em sua proposta.
“Truffaut/Hitchcok: Entrevistas” é um livro obrigatório para os amantes de cinema que ambicionam compreender essa adorável forma de arte para além do oba-oba de celebridades na chatíssima festa do Oscar.
“Walden” é um livro que se pode desvendar pelo subtítulo que o autor lhe deu: “A vida nos bosques”. Registrar as experiências de uma vida em comunhão com a natureza, como um bicho do mato, era a proposta revolucionária do pensador estadunidense Henry David Thoreau quando se mudou para uma pequena cabana, que ele próprio construiu, próxima ao lago Walden. Ali viveria mais de dois anos isolado, de maneira a expressar sua crítica à sociedade do século 19, marcada pelo desenvolvimento industrial e o crescimento da vida urbana. “Walden”, que hoje é considerado obra clássica do pensamento transcendental, é no fundo o testemunho de um misantropo radical, o testamento de um homem solitário, dotado de um intelecto superior e incompreendido. Thoreau, considerado um lunático pelos seus contemporâneos, alguém que quase ninguém levava a sério, foi o intelectual visionário que conseguiu perceber, com pelo menos um século de antecedência, a importância da preservação ambiental, antitética ao consumismo.
“Walden” é, assim, uma lindíssima declaração de amor à natureza e à liberdade. Destaco a seguinte passagem (a tradução é de Denise Bottmann na edição publicada pela editora L&PM): “Muitos acham que as sementes melhoram com a idade. Não tenho a menor dúvida de que o tempo faz uma seleção entre os bons e os maus; e, quando finalmente for plantar, será menos provável que eu fique desapontado. Mas eu diria a meus semelhantes, de uma vez por todas: Enquanto der, vivam livres e sem se prender. Pouca diferença faz se você está preso a um sítio ou na cadeia do condado”.
Diferentemente de Gregor Samsa, que desperta metamorfoseado num inseto na conhecida novela de Franz Kafka, Iliá Ilitch Oblómov acorda todos os dias, pela manhã, sem nenhuma alteração. Ele passa o dia de roupão, deitado na cama do seu quarto ou sentado no sofá. Apesar de jovem (ele tem apenas 32 anos) e de aspecto simpático, Oblómov é descrito como alguém de rosto privado de qualquer ideia definida e sem nenhum traço de concentração. Sua rotina é sua indolência, que ele crava em todos os planos que arquiteta. É um homem de projetos que nunca leva a cabo, derrotado diariamente pela sua preguiça invencível.
Eis a síntese do romance escrito pelo funcionário público Ivan Gontcharóv, contemporâneo menos conhecido da geração de Gógol. “Oblómov” é uma caricatura divertidíssima da aristocracia feudal russa, mas cujo exemplo se encaixa como uma luva aos “reis e rainhas do camarote” modernos, que adoram exibir a sua riqueza em capas de revista e programas de TV, em que pese levarem uma vida intelectualmente parasitária e, o mais das vezes, completamente fútil.
Assim como o “Oblómov” retrata a apatia existencial da vida de um rico proprietário, “A Morte de Ivan Ilitch” segue a linha da “denúncia filosófica” de uma existência vazia, mas com a peculiaridade de deitar seus olhos no carreirismo no serviço público e, num prisma mais geral, no modo de vida burguês.
Na novela de Tolstói, o moribundo Ivan Ilitch, antevendo a morte, reflete profundamente sobre sua vida. A angústia leva-o a perceber o quão infeliz foi sua trajetória, marcada pela obsessão com as aparências, com a busca incessante de cargos de prestígio, em jogos de interesse e poder que não serviam senão para alimentar seu ego inflado de juiz austero e bem sucedido. Perto do fim, sem chance de convalescença, o leito de morte leva-o a perceber que todo seu empenho havia sido em vão, que tudo aquilo pelo que ele lutara (uma vida de aparências, de prestígio social invejável, do temor reverencial dado ao juiz que desempenha rigidamente seu papel de “boca da lei”) o havia abandonado. Ilitch se vê sozinho diante da morte, inseguro até mesmo quanto à sinceridade do amor de sua esposa e filhos.
“A Morte de Ivan Ilitch” é uma novela curta, que em poucas páginas põe o “dedo na ferida” dos homens que fazem da carreira no serviço público um trampolim para a satisfação egoica, dispostos a tudo pelo poder. É uma história pungente e genial. Mas, acima de tudo, é um relato assustador, sobretudo para quem sabe que a cúpula do serviço público brasileiro, em qualquer dos seus Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), é pródiga em exemplos de “Ivan Ilitch” — infelizmente sem o mesmo escrúpulo.
“Queria apenas tentar viver aquilo que brotava espontaneamente de mim. Por que isso me era tão difícil?” Com essa citação se abre a leitura de “Demian”, a obra-prima do escritor alemão Herman Hesse, publicada pela primeira vez em 1917. Trata-se de obra que segue a tradição do “romance de formação” (Bildunsroman) iniciada séculos antes com “Os Anos de Aprendizado de Wilhelm Meister”, de Goethe.
No livro, o leitor acompanha a trajetória do garoto Emil Sinclair, que narra como a amizade com um jovem misterioso (Max Demian) influenciou-o decisivamente em suas reflexões libertárias sobre a religião, a moral, a sociedade, o Estado, o amor. É um romance de caráter profundamente filosófico. O capítulo em que Sinclair fala sobre como o “culto a Beatrice” (a paixão platônica do protagonista) ajudou-o a enfrentar a solidão possui algumas das passagens mais sensíveis já escritas em toda a história da literatura mundial.
“Demian” é um daqueles livros que todos deveriam ler antes de morrer, em face de seu potencial transformador da alma humana. Um livro indispensável, que deve ser lido ao som da “Passacaglia em Ré Menor”, de Dietrich Buxtehude, porque “quem quiser nascer tem que destruir um mundo”.
Publicado em 1927, “Ser e Tempo” representa o projeto ousado de uma das mentes mais prodigiosas que a humanidade já conheceu. Nessa obra (inacabada, por sinal), o filósofo alemão Martin Heidegger propõe-se a discutir o problema do ser no mundo a partir do método fenomenológico de Edmund Husserl. Como o homem é o ser que se apresenta imediatamente à consciência, desprovido das pressuposições da metafísica, Heidegger investigará o ser por meio da existência humana (o ser do, no e com o mundo). Depurando-a, seu objetivo é estabelecer a medida da existencialidade do indivíduo, no que avultam os conceitos de existência inautêntica e existência autêntica — esta última nucleada em torno de sua noção de angústia.
Definitivamente, “Ser e Tempo” não é uma leitura fácil. Só a sinopse da obra já demonstra que o leitor precisa dispor dum arcabouço teórico-filosófico mínimo, a fim de contextualizar o problema sobre o qual o filósofo se debruça. A linguagem heideggeriana, oriunda da ontologia, tampouco é simples. Pelo contrário, os termos que emprega são extremamente complexos — alguns dos quais verdadeiramente intraduzíveis, motivo pelo qual a compreensão profunda dessa obra requer do leitor um mínimo de conhecimento a respeito da liberdade sintática proporcionada pela língua alemã.
Nada disso, todavia, deve desestimular a leitura dessa obra canônica do pensamento filosófico-ontológico mundial. Todos os obstáculos apontados são perfeitamente vencíveis, especialmente se o leitor dispuser de um tutor que o ajude a entender o intrincado léxico do dicionário heideggeriano. Qualquer um, portanto, pode ler “Ser e Tempo”.
Finalmente, asseguro que o leitor que tiver suficiente coragem intelectual será recompensado caso decida se aventurar pelas páginas do calhamaço extremamente complexo que é “Ser e Tempo”. Sim, pois, se Karl Marx foi o maior pensador do século 19, Martin Heidegger foi o maior do século 20.
Slavoj Zizek e Peter Sloterdijk são dois filósofos contemporâneos provocadores. Em comum, eles têm a publicação tardia de suas obras principais no mercado brasileiro. No caso do primeiro, “Menos que Nada: Hegel e a Sombra do Materialismo Dialético” chegou ao Brasil apenas em 2013 (tradução de Rogério Bettoni; editora Boitempo). No caso do segundo, apenas em 2012 (tradução de Marco Casanova e outros; editora Estação Liberdade). E, posto que ambos sejam pensadores igualmente importantes, quero destacar este último, cuja obra é menos conhecida no Brasil (digo “conhecida”, e não “popular”, porque ainda é infelizmente inconcebível a ideia de um filósofo sério que se torne best-seller no País).
Sloterdijk, entretanto, tornou-se um fenômeno de vendas na Alemanha quando sua “Crítica da Razão Cínica” foi publicada em 1983. O livro, cujo título de per si já denuncia a inspiração na “Crítica da Razão Pura” de Kant, é polemista do início ao fim. Já no prefácio, o filósofo alemão anuncia: “Há um século a filosofia está morrendo”. Mas reduzir essa obra magnânima ao seu caráter polêmico é franca injustiça (polemizar por polemizar é a coisa mais fácil do mundo). Sloterdijk é, na verdade, um pensador contundente, que tem o mérito de discutir nessa obra capital do pensamento filosófico contemporâneo um dos temas mais caros da sociedade capitalista em que vivemos: a indiferença. Em dado momento, o filósofo reflete: “Na indiferença em relação a todos os problemas reside o derradeiro pressentimento de como seria estar à altura deles. Como tudo se tornou problemático, tudo se mostra por toda a parte como indiferente. É preciso seguir esse rastro. Ele conduz para onde se pode falar de cinismo e de ‘razão cínica’”.
Advirto o leitor para que não se assuste com o tamanho do livro. Sloterdijk não sofre do mau vezo de certos filósofos, que adoram escrever numa linguagem cifrada, valendo-se duma prosa ininteligível (algumas vezes isso até se justifica pela dimensão técnica da obra, mas, na maioria dos casos, é puro pedantismo de quem se serve da Filosofia como pretexto para disfarçar o fato de que escreve mal). Assim, a leitura das mais de 700 páginas da “Crítica da Razão Cínica” é experiência das mais agradáveis.
Há algum tempo uma grande editora do País convidou escritores brasileiros para que fizessem uma espécie de “residência” em algumas cidades e, a partir dessa experiência, produzissem ficção. Naturalmente, as cidades escolhidas foram lugares como Praga, Buenos Aires, Sidney, Dublin, etc. O resultado foram livros — alguns bons, outros ruins — que retrataram o amor na perspectiva multicultural da classe média que viaja pelo mundo. O amor que é “chique”.
Penso que bem mais interessante teria sido — inclusive do ponto de vista do desafio da criação literária — se esses mesmos escritores tivessem sido convidados a fazer sua “residência” em cidades do interior mais remoto do Brasil. Que histórias de amor se escondem nos rincões deste país imenso e maravilhoso que é o Brasil? Com que peculiaridades o amor se apresenta nas cidades da Amazônia, do Pantanal, do Cerrado?
Lamentavelmente, tirando a mim e talvez um ou outro gato pingado, a proposta não vingaria. As editoras presumem que esse regionalismo multicultural não interessa ao leitor brasileiro. Numa palavra: esse tipo de literatura não vende.
Apesar disso, faço gosto em exercer o papel de “advogado do diabo” e recomendar ao leitor o conjunto de contos apresentados em “Cenas da Vida Amazônica”, de José Veríssimo. O escritor, que nasceu em Óbidos, interior do Pará, foi um dos principais intelectuais do seu tempo, desenvolvendo intensa atividade no campo das letras, ora como crítico literário, ora como ensaísta, ora como ficcionista, ora como pioneiro historiador da Literatura brasileira.
Expoente do movimento naturalista, José Veríssimo, ao lado de Inglês de Sousa, integra a lista daqueles autores brasileiros clássicos que impulsionaram o regionalismo literário amazônida. Sua obra, assim, propunha-se a fotografar as peculiaridades do modo de vida das populações locais em sua relação com a natureza.
“Cenas da Vida Amazônica”, publicado pela primeira vez em 1899, é produto dessa faceta de ficcionista de Veríssimo, autor de obra tão pujante quanto desconhecida. Em contos como “O Boto”, “O Crime do Tapuio”, “O Lundum”, o leitor poderá conhecer um pouco mais desse “Brasil que não é chique”, que é o Brasil dos povos da floresta, da vida na Amazônia, distante dos grandes centros urbanos.
Fotografia: congerdesign
10 livros que vão mudar sua vida publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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