domingo, 1 de setembro de 2019

Como ganhar uma guerra de narrativas

Como ganhar uma guerra de narrativas

Hoje em dia se fala muito em Guerra de Narrativas, mas
poucos se lembram do histórico confronto ocorrido na Confeitaria Colombo em
1897.

O escritor José de Alencar havia pedido um chá e uma
bomba de chocolate. Ele pegou o doce e, antevendo o prazer de saborear a
delícia, ficou com a boca aberta e o quitute parado no ar, com aquele olhar
perdido que Iracema tinha ao contemplar o mar do Ceará. Nisso, ia entrando o
fabuloso Machado de Assis com o não menos incrível Rui Barbosa. Ao avistar o
colega imortal de olhar alheio e petisco quase na boca, o Bruxo do Cosme Velho
comentou: “Óia só o Zé, Rui. Tenho certeza que o vagabundo tá pensando em pau
de índio…”

José de Alencar escutou a boutade e respondeu na
bucha: “Deixa de ser folgado, ô crioulo safado! É melhor pensar em índio do que
só falar de burguês corno, seu reaça ordinário!”

Os dois baluartes das letras saíram no braço. Rui
Barbosa tentou apartar, mas levou uma traulitada no prodigioso cabeção e só foi
se recuperar da tontura quando chegou aos Arcos da Lapa. 

Isso sim é Guerra de Narrativas. O resto é só gente se
ofendendo no Twitter.

Como ganhar uma guerra de narrativas publicado primeiro em https://www.revistabula.com



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