Alguns antropólogos defendem que as tribos isoladas,
ou não contatadas, têm direito à autodeterminação e devem ser deixadas em paz.
Sociólogos, por outro lado, acreditam que a interação entre os povos é o
caminho para o progresso e isso só é possível por meio da comunicação.
No caso da feminista, no entanto, é preciso muito
cuidado e tolerância para que a relação seja positiva. Mantenha uma distância
regulamentar mínima de dois metros para não assustá-la. Erga a mão direita
aberta em sinal de paz e deixe evidente que você não carrega uma arma. Use
frases simples e claras.
“Mim homem branco patriarcal opressor, porém gente
boa!”
Caso a feminista não reaja furiosamente, prossiga o
diálogo, mas sempre com cautela. Aponte para o próprio peito e diga seu nome, mas
não pergunte o dela. Essa conduta é considerada agressiva. Só continue a
conversa se ela responder (“É Frida, mas pode me chamar de Fri”).
Comente as series “Big Little Lies”, “Sex and the
City” e os recentes acertos nas franquias “Star Trek” e “Star Wars”. Evite
criaturas controversas como Woody Allen e Quentin Tarantino. Jamais mencione
“Friends” ou “Seinfeld”. E, se possível, introduza os nomes de Cate Blanchett e
Simone De Beauvoir.
O próximo passo é oferecer comida, mas só se for uma
pasta de grano duro com molho vegano. Há relatos de feministas carnívoras, mas
convém não arriscar.
Uma vez estabelecido o contato, não coloque tudo a
perder. Apenas se despeça educadamente e vá para casa sem gestos bruscos ou
palavras ofensivas. Um homem, certa vez, seguiu todos os passos para manter um
diálogo pacífico e produtivo com uma feminista, mas enfiou o pé na jaca com uma
única e derradeira frase: “E aí, gostosa já tem pra hoje?”
Como falar com uma feminista publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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