O polêmico documentário sobre Os Trapalhões está chegando. Esse filme promete revelações bombásticas sobre os bastidores do quarteto. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias dominaram o cinema brasileiro durante décadas. Atualmente, seu filme mais bem-sucedido, “O Trapalhão nas Minas do Rei Salomão”, ocupa o posto de 7º maior bilheteria do cinema nacional de todos os tempos. Infelizmente, esse filme em particular não é dos melhores, mas não podemos deixar de reconhecer que os Trapalhões produziram algumas obras bastante interessantes. É preciso admitir, Mussum era naturalmente hilariante, Zacarias era um excelente ator, Dedé uma ótima escada e Didi foi um gênio da comédia. O tempo passou, a graça acabou, mas o cinema é para sempre. Para entrar no clima, a Revista Bula preparou uma lista para relembrar dez dos melhores momentos do quarteto nas telas do cinema.
Muitos filmes dos Trapalhões eram adaptações de contos de fadas, lendas ou obras literárias clássicas. Poderia ser qualquer coisa: “Mil e Uma Noites”, “Os Três Mosqueteiros”, “Robin Hood” etc. Esse é um dos bons exemplos. Uma aventura movimentada, divertida e genérica.
Cena inesquecível: Didi encontrando petróleo depois de cavar um buraco para enterrar aquilo que o gato enterra.
Parceria entre a Renato Aragão Produções e os Estúdios Mauricio de Sousa. O roteiro não faz nenhum sentido, mas o filme é interessante pelo inusitado de misturar ação real com desenhos animados.
Cena inesquecível: Xuxa, interpretando uma freira, entrando na briga e descendo a porrada nos vilões.
Filme dos Trapalhões sem Didi é golpe? Esse longa-metragem pertence ao período no qual o quarteto se separou. Didi lançou o fraco “O Trapalhão na Arca de Noé”, tendo Sérgio Mallandro como parceiro. Dedé, Mussum e Zacarias se saíram melhor com essa sátira ao então famoso seriado sobre a força policial de elite S.W.A.T. Sem Didi no elenco, o roteiro pôde se concentrar mais na narrativa do que na persona do protagonista ausente.
Cena inesquecível: Dedé, Mussum e Zacarias invadindo “discretamente” um prédio.
Não raramente os filmes dos Trapalhões representavam interessantes retratos do Brasil contemporâneo, esboçando análises de cunho sociológico acerca dos mais diferentes fenômenos políticos, econômicos e sociais. Esse filme é um excelente exemplo, mostrando a vida dura e cheia de regras não escritas dos garimpeiros no auge da febre do ouro vivenciada na região da Serra Pelada. As imagens de abertura do filme, cenas reais de milhares de garimpeiros trabalhando, como se estivessem em um formigueiro humano, são impressionantes.
Cena inesquecível: Didi encontrando uma pepita de ouro do tamanho de uma casa.
Didi, interpretando um cientista genial chamado Jegue, sonha em ser o Super-Homem e acaba se transformando no Hulk. A premissa em si já é divertida. O roteiro se perde no trecho final, mas ainda assim o filme rende algumas boas sequências.
Cena inesquecível: Didi sonhando que é o Super-Homem.
Sátira dos filmes e séries sobre o cangaço que pulularam nos cinemas e na TV brasileira na época. O próprio ator Nelson Xavier, a persona audiovisual definitiva de Lampião, participa do filme. O roteiro é irregular, mas entrega algumas das cenas mais icônicas dos Trapalhões no cinema, como a da montanha em forma de galinha.
Cena inesquecível: Didi encontrando a deslumbrante bruxa Bruna Lombardi e, literalmente, subindo pelas paredes.
Pelé, depois de trabalhar com as lendas Sylvester Stallone e John Huston em “Fuga Para Vitória” (1981), aumenta o nível e divide o estrelato com os Trapalhões nessa aventura divertida e bem escrita. Pelé não interpreta o Rei do Futebol em si, mas um jornalista esportivo, que se revela muito bom de bola. O filme denuncia, discretamente, a corrupção no futebol brasileiro.
Cena inesquecível: Didi chutando o escanteio e correndo para cabecear.
Sátira do clássico “O Mágico de Oz”, o filme trás a primeira participação de Xuxa em um filme dos Trapalhões, interpretando uma professora enfezada. Os números musicais são um destaque da produção. Todos divertidos e relevantes para narrativa.
Cena inesquecível: a mudança de casa que leva a casa junto.
Acreditem, essa versão do “Auto da Compadecida” feita pelos Trapalhões é melhor do que a celebrada adaptação dirigida por Guel Arrais e estrelada por Matheus Nachtergaele e Selton Mello. A narrativa é mais coesa e, conceitualmente, esse filme é mais fiel à proposta estética do mestre Ariano Suassuna. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias, dirigidos pelo experiente cineasta Roberto Farias, provaram que poderiam ser grandes atores se tivessem o roteiro certo para trabalhar. O elenco coadjuvante, com nomes como Cláudia Jimenez, Paulo Goulart e Renato Consorte, é fantástico.
Cenas inesquecíveis: O filme completo. A opção por manter o texto teatral quase intocado foi muito acertada.
Essa reinvenção da peça musical infantil “Os Saltimbancos”, que Chico Buarque adaptou de um texto italiano escrito por Sergio Bardotti e musicado por Luis Enriquez Bacalov, conseguiu a proeza de melhorar muito o material original. O próprio Chico Buarque, colocando as canções no espírito dos Trapalhões, criou uma trilha sonora inesquecível, superando o trabalho que realizou para o palco. Didi, Dedé, Mussum e Zacarias fazem seu maior clássico misturando Chaplin, faroeste, ficção científica e chanchada. Um filme para ser visto e revisto.
Cena inesquecível: A cabeça de burro que chora.
Os 10 melhores filmes dos Trapalhões publicado primeiro em https://www.revistabula.com
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