sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Preguiça pode fazer bem à saúde, diz estudo

Preguiça pode fazer bem à saúde, diz estudo

Se você se considera
preguiçoso, pode ser malvisto pelas pessoas, mas a ciência indica que ser um
pouco ocioso é, na verdade, algo bom para a saúde.  Cientistas da Universidade de Oxford,
liderados pelo neurologista Masud Husain, descobriram que o cérebro dos
indivíduos preguiçosos é mais ativo quando comparado aos outros.

Quarenta voluntários
saudáveis participaram da pesquisa e preencheram um questionário sobre seus
níveis de motivação. Eles foram categorizados como motivados, apáticos e
meio-termo. Depois, todos fizeram um teste, onde avaliaram se diferentes
recompensas valiam o esforço físico. Sem surpresa, as ofertas com altas retribuições
e pouco empenho foram mais escolhidas, enquanto as pequenas recompensas que
exigiam alto esforço foram menos populares.

Quando os voluntários fizeram
o teste em uma máquina de ressonância magnética, para que os pesquisadores
pudessem estudar seus cérebros, uma descoberta surpreendente surgiu. Embora as
pessoas preguiçosas tenham menos probabilidade de aceitar ofertas com grande
esforço, uma área de seus cérebros mostrou ser mais ativa do que em indivíduos
motivados.

“Esperávamos ver menos
atividade, porque eram menos propensos a aceitar escolhas difíceis, mas
descobrimos o contrário. É como se fosse complicado para eles tomar uma
decisão, seus cérebros precisavam trabalhar mais para avaliar se o empenho era
válido ou não”, afirmou Masud Husain. Ou seja, ainda que não se esforcem, os
preguiçosos gastam mais energia que as pessoas ativas.

Pouco se sabe sobre a preguiça, por esse motivo o
estudo de Husain foi importante, pois mostra como os sistemas cerebrais estão
envolvidos na motivação. Para a professora da Universidade de Cambridge,
Anastasia Burge, a preguiça não deveria ser tão problemática, mas é a sociedade
que a caracteriza assim. “Na Inglaterra, no passado, as atitudes preguiçosos
eram punidas severamente. Na União Soviética, por exemplo, as pessoas podiam
ser processadas por ‘parasitismo social’.”

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